O Sindusmad

HISTÓRIA

O Sindicato das Indústrias Madeireiras do Norte do Estado de Mato Grosso (Sindusmad) adquiriu status de sindicato em 21 de março de 1.986. Até então, a história se passou dentro da Associação dos Madeireiros do Interior do Mato Grosso (Amim).

Em 1.980, empresários do setor de base florestal de Sinop se reuniram e criaram a Amim. Objetivo: organizar e reivindicar melhorias para o setor. “Nos reunimos para defender os interesses da região. Não haviam estradas nem pontes”, recorda um dos ex-presidentes, Valdemar Antonioli, ao dizer que “na época, praticamente fazíamos o papel do poder público. Sinop era recém emancipada e o setor madeireiro era muito importante na região”, conclui.

Dentre as reivindicações da Associação estavam rede de energia elétrica no setor industrial, manutenção de estradas e a vinda do Instituto Brasileiro de Desenvolvimento Florestal (IBDF) para o município. “Tínhamos que fazer todas as documentações por Cuiabá”, conta outro pioneiro madeireiro, Luiz Fávero, ao lembrar que a entidade não tinha um local para se instalar em Sinop e precisou ficar em uma sala da Associação. “Na época a Amim não tinha porta”, recorda da situação em tom cômico.

José Carlos Haas, presidente por dois mandatos da então associação, diz que o sindicato foi uma das maiores conquistas do setor. “Só se consegue sucesso em grupo”, completou.

O setor precisava de maior representatividade junto ao governo federal e a federação das indústrias, por isso, em 1.984, passou a ser a Associação Profissional das Indústrias para que,  dois anos depois, pudesse se tornar sindicato. “Amim foi o embrião da união do setor. Mas para termos um relacionamento com a Federação das Indústrias de Mato Grosso (Fiemt) precisávamos de um sindicato. Inicialmente tentamos transformar a associação em sindicato, mas houve resistência por parte de alguns membros da sua diretoria”, disse Nereu Pasin, ex-presidente do Sindusmad e da Fiemt.

Em 1.986 chega a carta de reconhecimento sindical outorgada pelo então Ministro do Trabalho, Almir Pazzionotto Pinto. Uma das primeiras conquistas do sindicato foi o envio, pela Fiemt, de técnicos do Instituto de Pesquisas Tecnológicas (IPT), de São Paulo que, juntamente com madeireiros, pesquisaram as espécies de madeiras da região analisando características, resistência, utilização e catalogando-as. “Ajudou muito na divulgação dos produtos madeireiros”, ressalta Pasini.

A filiação do Sindusmad à Fiemt trouxe mais desenvolvimento para a região. Com a filiação vieram Senai e Sesi, o primeiro responsável pela especialização de mão de obra para o setor através dos cursos que ministrou, inclusive com a criação da Escola de Floresta, em convênio com o Ibama, implantada no Projeto do Plano de Manejo Florestal Sustentável da Fazenda Jamanchim, de propriedade da empresa Coimal e, o segundo, voltado para saúde, educação e lazer do trabalhador. “São entidades que hoje orgulham Sinop por tudo o que fizeram e pelo que ainda representam, possuindo modernas instalações”, disse Pasini.

Ao começar atuar como sindicato, ao mesmo tempo em que houve grande crescimento industrial e comercial, surgiram as  dificuldades, sendo a primeira e mais antiga  a falta de energia elétrica, gerada com diesel, insuficiente para acompanhar o crescimento das cidades e das indústrias.

Este problema só foi resolvido com a construção do linhão até Sinop, inaugurado no governo do presidente Itamar Franco.

Antes disso a falta energia elétrica sempre foi uma grande luta do Sindusmad, junto com os poderes públicos de Sinop e região, tanto que no governo de Jaime Campos  foi feito um acordo entre Sindusmad e governo do Estado, que fez uma renúncia fiscal de 10% sobre a arrecadação do ICMS da madeira, para ser utilizado na reforma das caldeiras da Sinop Agroquimica e com isso  reforçar o fornecimento de  energia para Sinop, cujo quadro no momento era caótico.

Posteriormente procedimento idêntico foi feito no governo de Dante de Oliveira, que também fez renúncia fiscal de 10% sobre a arrecadação do ICMS da madeira e o Sindusmad construiu a unidade do Corpo de Bombeiros de Sinop, sobre terreno doado pela Prefeitura  Municipal, na gestão do prefeito Adenir Alves Barbosa, equipando-a com caminhões de combate a incêndio e de socorro, bem como mantendo a unidade com combustíveis e os soldados, com uniformes, alimentação e outras necessidades por mais ou menos seis meses, onde então o governo do Estado assumiu todas as responsabilidades.