Dia do Engenheiro Floresta: profissional em defesa do meio ambiente

Publicado em: 12 de Julho de 2021
Fonte: Sindusmad

Com apenas 61 anos de existência e atualmente com mais de 65 instituições no país ofertando a graduação, a Engenharia Florestal é responsável pelo estudo do uso sustentável dos recursos ambientais e propõe soluções para a não degradação do meio ambiente. Hoje (12) é comemorado o Dia do Engenheiro Florestal, e o Sindicato das Indústrias Madeireiras do Norte do Estado do Mato Grosso (Sindusmad) entrevistou três profissionais que se preocupam em manter a floresta em pé, para falar sobre as perspectivas e desafios que envolvem esta carreira.

O engenheiro florestal Benedito Carlos de Almeida, é mestre em ciência florestal pela Universidade Federal do Paraná (UFPR). Atualmente é presidente da Associação Mato-Grossense dos Engenheiros Florestais (AMEF) e membro da Câmara Técnica Florestal da SEMA. Para ele o crescimento da engenharia florestal, entre outros fatores se deve a preocupação quanto ao uso sustentável dos recursos ambientais. “Desde a criação do primeiro curso de engenharia florestal, pode-se dizer que crescimento da profissão está ligado a vários acontecimentos relacionados ao cenário político, econômico e social, como a expansão de conceitos de utilização racional de recursos naturais; popularização dos problemas de ordem climática global; aumento da preocupação com a escassez de recursos como água e madeira; e a maior atribuição de valor econômico e empírico às formações florestais”, explicou.

Segundo o Serviço Florestal Brasileiro, por meio do Sistema Nacional de Informações Florestais SNIF - Boletim 2020, a área de vegetação do Brasil corresponde 64,3%, do território. Se considerar exclusivamente as florestas, a cobertura é de 57,3% do país, o que equivale a uma área de 487.991.966 ha em 2019. Desse total, 98% correspondem a florestas naturais (sendo 5,8% de floresta regenerada) enquanto apenas 2% são florestas plantadas. O Estado do Mato Grosso, por exemplo, possui uma extensão territorial com mais de 903 mil quilômetros quadrados, e deste total, cerca de 50% são constituídos por Floresta Amazônica.

Diante de tanta diversidade, o profissional da área pode atuar em gestão ambiental, silvicultura, geociência, mensuração florestal, manejo florestal, tecnologia de produtos florestais entre outros. Para Benedito de Almeida “Com o grande percentual da extensão territorial do Estado inserido dentro desta formação que é de grande valor econômico, a vocação do Estado para essas regiões é a do aproveitamento múltiplo e racional deste recurso natural. Além dos segmentos de atuação listados anteriormente, as tendências para atuação do profissional da engenharia florestal estão relacionadas a Elaboração de Plano de Negócio/Estratégico; Estudo de Viabilidades (mercado financeiro); Estudo de Mercado e Oportunidades de Negócios; Elaboração de Projetos para Linhas de Financiamentos; Análise de riscos ambientais para implantação de empreendimento de diversos segmentos”, informou.

Conhecer a importância desta atividade e vivenciá-la no dia a dia, através da trajetória dos pais madeireiros, motivou os engenheiros florestais Jessyca Mayra Fruett Dacroce, Bianca Jaqueline Fruett Dacroce e Eduardo Ribas Volkweis, que escolheram a profissão inspirados no amor herdado pelo setor de base florestal. Para Eduardo Volkweis “Desde criança tive contato com o setor de base florestal, meus pais são empresários no setor e trabalham na atividade de extração de madeira nativa e serraria, então por influência da família escolhi fazer o curso”. Para Jessyca Dacroce, “Há mais de três décadas nosso pai, juntamente com nossa mãe atuam no segmento do setor de base florestal. O amor e habilidade pelo negócio que veio de tradição na madeira vivida por gerações, fez com que eu e minha irmã optássemos pela engenharia florestal como meta de vida”, enfatizou.

O desmatamento na Amazônia e questões que envolvem o meio ambiente estão constantemente em evidência na mídia, e um dos maiores desafios da profissão é propagar a informação que os madeireiros não realizam o desmatamento ilegal. Para Jessyca Dacroce “Apresentar e fazer com que a sociedade entenda de fato o sistema de base florestal, que ele vem trabalhando corretamente para prolongar o tempo de nossas florestas com a utilização do plano de manejo florestal sustentável e com isso desmistificar o setor”, destacou.

Segundo o presidente da Amef Benedito de Almeida, a questão da informação é tão importante, que muitos acabam relacionando o manejo florestal ao desmatamento ilegal. “O manejo florestal é uma atividade amplamente praticada pelos produtores florestais de Mato Grosso por ser a única forma de intervenção na floresta para obtenção de produtos madeireiros e não madeireiros capaz de manter a floresta em pé, conservando as principais funções ambientais da flora e fauna, gerando renda e desenvolvimento socioeconômico na região, de forma ambientalmente correta. Toda informação distorcida que vem a público dando destaque para o desmatamento ilegal e vinculando essa prática ao manejo florestal, prejudica tanto os profissionais da engenharia florestal, bem como todo o setor de base florestal”, considerou.

Quanto às políticas públicas voltadas a gestão florestal Eduardo Volkweis defende “A importância das políticas florestais está na regulamentação da exploração da floresta, que busca o interesse coletivo de manter a floresta em pé e produtiva, respeitando os mecanismos de sustentação do ecossistema, sendo assim é de grande importância, pois a floresta é o nosso negócio”, ressaltou. O presidente da Amef complementa “As políticas florestais são instrumentos de suma importância, e quando implementadas em conjunto com os diversos atores ligados ao segmento, resultarão em medidas que tratam, promovem e regulamentam o desenvolvimento econômico em harmonia com a natureza. Se bem elaborada traz a tão sonhada segurança jurídica tanto para técnicos como para os empreendedores”, finalizou.

A data comemorada hoje é em homenagem ao monge beneditino João Gualberto que reflorestou os vales de Valombrosa (Itália). Canonizado em 1193, São João Gualberto foi declarado Padroeiro dos Florestais, pelo papa Pio XII, em 1951.

O Sindusmad parabeniza todos os Engenheiros Florestais por sua atuação profissional que promove uso consciente e sustentável do meio ambiente.