A primeira assembleia do ano de 2022 do Sindicato das Indústrias Madeireiras do Norte do Estado de Mato Grosso (Sindusmad) teve muitos assuntos importantes a serem discutidos e deliberados pelos empresários associados do sindicato. Entre os assuntos, estava a Convenção Coletiva de Trabalho, prestação de contas de 2021 e assuntos atinentes do setor de base florestal como, por exemplo, a taxa de reposição florestal e a previsão de implantação do Sisflora 2.0 que foi prorrogado para o segundo semestre. A assembleia foi realizada na sede do sindicato, no último sábado (23), e contou com a participação da superintendente de Gestão Florestal da SEMA, Suely Bertoldi, membros da diretoria e demais associados.
Como acontece todos os anos, o Sindusmad promove uma ação solidária em prol de uma instituição filantrópica na cidade. Em 2022 não seria diferente, a entidade ainda será definida pela diretoria, mas ao invés de leilão de carga de madeira, neste ano, o sindicato está realizando um show de prêmios, e o prêmio principal é uma moto Biz 110. Foram confeccionados 1000 números, que poderão ser adquiridos na sede do sindicato com a equipe de colaboradores ou diretores do Sindusmad. Parte do valor também será destinado para a reforma e a revitalização da sala de reuniões do sindicato.
Com relação às demandas do setor de base florestal, a superintendente de Gestão Florestal da SEMA, Suely Bertoldi fez uso da palavra e explicou uma mudança que vai beneficiar o madeireiro que atua de forma legalizada, que é a Taxa de reposição florestal. “Essa taxa está sendo trabalhada pela alteração desde 2020, para realmente viabilizar a utilização dessa biomassa lenhosa oriunda de supressão de vegetação autorizada. Hoje no mercado está em torno de 13 e 14 reais por metro cúbico e isso inviabiliza o aproveitamento dessa biomassa. Com a atualização da lei complementar 233 que baixou para um décimo de UPF (Unidade Padrão Fiscal), que vai para 3, 4 ou 5 reais no máximo. Isso favorece muito quem faz o desmate de forma legal. Durante esta semana trabalhamos como os picadores vão comprar esse crédito no fundo floresta e aproveitar no CC-SEMA porque é vinculante se não tiver taxa de reposição, não consegue emitir Guia Florestal. Trabalhamos na normatização dos procedimentos de como fazer isso, ou seja, vai comprar a taxa, vai solicitar e o CC-SEMA vai fazer o lançamento na conta dele”, explicou.
Entre outros assuntos que a superintendente trouxe em pauta foi a suspensão do Cadastro Ambiental Rural (CAR) por não apresentação do Programa de Regularização Ambiental, mudanças no aproveitamento do Coeficiente de Rendimento Volumétrico (CRV) e Sisflora 2.0. “Para aqueles que trabalham na ilegalidade estão os rigores da lei, monitoramento 24h por dia, através de imagens de satélites, está sendo autuado e embargado. Lá dentro da SEMA, para quem faz legal, é da celeridade nos processos é fazer com que esses processos caminhem de forma rápida para desestimular a cometer o ilícito”, ressaltou.
Uma oportunidade de negócio foi apresentada aos associados presentes na reunião que é o Crédito de Carbono. A engenheira florestal Angeli Katiucia explicou como funciona o processo, desde o projeto até a comercialização do crédito. “Através de um projeto de crédito de carbono, pequenos proprietários podem se reunir formando um conglomerado de 20 mil hectares de área de floresta, na modalidade Manejo Florestal, inclusive, quando tiver atividade de extração planejada e autorizada isso valoriza mais créditos. O valor é por tonelada de carbono sequestrado. Temos a metodologia e a Carbonext vem como parceira, ela desenvolve o projeto, audita, leva para a certificadora e comercializa também esse crédito no mercado voluntário. O proprietário só tem a ganhar, na reserva legal ele é obrigado por lei a preservar, senão o órgão ambiental vai autuar e embargar se ele não cuidar dessa floresta”, destacou.
O empresário Thiago Frabes que se tornou associado há pouco mais de um ano, participou pela primeira vez de uma assembleia e percebeu a importância desta reunião. “Primeira vez que estou participando, fazemos parte do Sindusmad há um ano e meio. Foi muito interessante e pertinente os temas discutidos. A questão que a Suely veio trazer com a implementação 2.0 é a informação que a gente vem buscar de forma antecipada. Estão de parabéns, achei excelente”, enfatizou. Ele destacou a diferença após a filiação ao sindicato. “Várias vezes que tivemos dúvidas no nosso setor, buscamos a resposta no Sindusmad, e sempre fomos atendidos”, pontuou.
Outro assunto colocado em pauta foi o reajuste da mensalidade do Sindicato, que desde 2015 não sofreu alteração. Apesar da inflação neste período ter chegado a 49%, a diretoria apresentou uma proposta com porcentagem inferior, entretanto, acessível aos associados e ajustada às necessidades do sindicato. Todos concordaram com a proposta e o novo valor será reajustado já no próximo mês. Para os empresários que se associaram há menos de um ano, terão o reajuste a partir da data de aniversário da filiação.
Com o sucesso dos cursos de aperfeiçoamento da mão de obra e devido ao alto índice de aceitação e participação, o Sindusmad continuará investindo em parcerias para a qualificação profissional. Foram apresentados três novos cursos que serão desenvolvidos neste ano: Operador de Serra de Fita (Serrador); Alinhador de Madeira; Técnicas de Corte e Manejo Florestal.
O presidente do Sindusmad Wilson José Volkweis avaliou a assembleia e reiterou a importância de os associados participarem. “A nossa primeira assembleia do ano atingiu nossas expectativas. Muitos associados participaram e os assuntos eram importantes e relevantes para o setor e para o sindicato. Contamos com a participação da Suely para trazer as novidades do Sisflora 2.0 e uma série de informações importantes. Também apresentamos os cursos de capacitação, pois é uma pauta séria e a qualificação da mão de obra é necessária para ofertarmos a valorização profissional e também agregar valor ao produto. Falamos também da Convenção Coletiva de Trabalho, o conselho está conseguindo administrar isso muito bem e todos os presentes participaram e interagiram no assunto”, concluiu.