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Cooperação técnica busca comprovar cientificamente dados sustentáveis da economia da madeira
Desde 2011 o Sindicato das Indústrias Madeireiras do Norte do Estado de Mato Grosso (Sindusmad) mantém parceria com a Empresa Brasileira de Pesquisas Agropecuárias (Embrapa) Florestas, com sede em Colombo (PR). O principal objetivo da busca pelos conhecimentos científicos é promover a atualização, o desenvolvimento e fortalecimento da cadeia produtiva da madeira nativa no país.
A cooperação técnica e institucional entre as entidades tem criado condições que viabilizem, de forma objetiva e transparente, a adoção de um conjunto de ações para promoção ao uso de madeira legal e responsável por meio do Plano de Manejo Florestal Sustentável (PMFS), explicou o presidente do Sindusmad, Sigfrid Kirsch, ao recordar que o primeiro estudo solicitado à Embrapa Florestas buscava resposta quanto ao ciclo de corte das árvores, que ainda está em andamento e sendo aplicado em diversas áreas de Mato Grosso. "A Embrapa tem se mostrado importante parceiro do produtor e do Estado de Mato Grosso, com importante impacto econômico devido à importância de suas pesquisas."
Um dos objetos da cooperação técnica foi desenvolver pesquisas que embasassem o segmento, no final de 2014, contra os efeitos da publicação da Portaria 443/2014, que trouxe a proibição de colheita e comercialização de diversas espécies.
Neste período o Centro das Indústrias Produtoras e Exportadoras de Madeiras do Estado de Mato Grosso (CIPEM) contestou a medida que determinava que a partir de 2015 os PMFS teriam que se adequar a novas restrições e aumento no percentual de árvores porta-sementes, por exemplo. Em Mato Grosso chegou a ser proibida a comercialização de produtos prontos cuja matéria-prima fora colhida antes da publicação da Portaria 443/2014.
As preliminares deste estudo foram apresentadas e discutidas em Brasília (DF), no Ministério do Meio Ambiente (MMA) pelo professor-doutor, Evaldo Muñoz Braz, que resultou na prorrogação da medida possibilitando que os PMFS protocolizados até a publicação da Portaria não sofressem alterações.
Outro exemplo de ganho expressivo foi obtido com as preliminares dos estudos realizados pela Embrapa Florestas relativos à prorrogação da Instrução Normativa Estadual (IN) 005/2014 que pretendia aumentar o diâmetro mínimo de corte nos PMFS de 50 cm para 60 cm. Após apresentação dos estudos e discussão técnica liderada também por Braz, a Secretaria de Estado de Meio Ambiente (Sema) prorrogou a Instrução Normativa até 2018 e condicionou sua implantação a novas pesquisas que possam comprovar a necessidade do aumento, caso contrário, permanecerá o diâmetro mínimo de 50 cm.
SETOR EM MATO GROSSO
Atualmente o setor de base florestal corresponde, em Mato Grosso a aproximadamente 1500 empreendimentos florestais (indústria, exploração) responsáveis pela geração de 100 mil empregos diretos e indiretos, além de manter cerca de 3,2 milhões de hectares de área florestal, ou seja, conservada, com indicação de aumentar essa área até 2030 para seis milhões. Ressalta-se que o setor possui potencial para gerar 65 mil novos empregos, desde que haja incentivos corretos. “Entendemos ser de fundamental importância que o setor produtivo, em especial aos detentores de PMFS tenha incentivo do governo federal pelo trabalho de conservação e preservação de fauna e flora”, conclui o presidente do Sindusmad.
Já o professor-doutor, Evaldo Muñoz Braz defende que "o único uso da terra que mantém a floresta em pé é o manejo florestal madeireiro".