Pesquisadora conclui tese em dinâmica e manejo de espécies de Mato Grosso

Trabalho em manejo florestal pode maximizar a produção madeireira; Sindusmad fomentou a atuação da pesquisa com os representantes do setor produtivo

Publicado em: 19 de Julho de 2019
Foto Por: Sindusmad
Fonte: Embrapa Florestas - PR

Com o objetivo em desenvolver novos parâmetros para um manejo produtivo e sustentável, a engenheira florestal Doutora Aline Canetti, esteve na região norte a fim de estudar a dinâmica de crescimento das espécies, Amescla, Cedrinho, Angelim-Pedra e Garapeira. O resultado deste estudo culminou na tese de doutorado que teve como título “Estrutura, dinâmica e manejo sustentável em ecótono de Floresta Amazônica” e teve como orientação o professor Doutor Afonso Figueiredo Filho, da Universidade Federal do Paraná, e os pesquisadores da Embrapa Florestas Doutor Evaldo Muñoz Braz e Doutora Patrícia Póvoa de Mattos. O Sindicato das Indústrias Madeireiras do Norte do Estado de Mato Grosso (Sindusmad) e a Elabore Projetos e Consultoria Florestal contribuíram com a pesquisa, em busca de fomentar tecnologia para desenvolvimento do setor.


Segundo a pesquisadora, o objetivo foi observar o desenvolvimento individualizado das espécies durante o seu ciclo de vida e sua distribuição quanto ao número de árvores na floresta. “Eu pretendi com o trabalho sugerir um sistema silvicultural alternativo ao definido na legislação atual, que seja mais específico às particularidades (de cada espécie) e que torne o manejo mais produtivo, rentável, sem prejudicar a sua sustentabilidade”, informou.


A principal conclusão do estudo foi a possibilidade de aumentar a produtividade do manejo, em termos de crescimento em volume de madeira, ao se respeitar as particularidades do ciclo de vida de cada espécie. “Através de simulações, confirmamos a hipótese de que se respeitarmos o ciclo de vida das espécies, conservando-as na floresta nos períodos de maior crescimento, e cortando-as antes de atingirem a estagnação e a senilidade (ciclo final de vida), podemos maximizar a produção madeireira”, enfatizou a pesquisadora. Ainda segundo a pesquisadora, “ciclos de corte mais curtos também poderiam favorecer a produtividade madeireira, desde que respeitado o manejo de baixo impacto, garantindo a saúde das árvores remanescentes, e os critérios de manejo corretos e específicos de cada espécie”.


A chave para a realização deste estudo foi a articulação promovida pelo Sindusmad, entre a pesquisa e representantes do setor. “O contato com o Sindusmad foi essencial para associar o conhecimento científico às necessidades e anseios dos madeireiros. É raro ver casos em que o setor produtivo se une à academia para buscar soluções, por isso vejo diferencial no Sindusmad”, garantiu.


O material, baseado em critérios científicos e específicos para a tipologia da Floresta Amazônica de transição, pode servir de apoio para pleitear junto aos órgãos ambientais novos protocolos para que o processo de manejo florestal continue cada vez mais correto produtivo e sustentável. O método também poderá ser replicado em outras espécies e em outras regiões.