O que falta à madeira tropical brasileira é darmos o devido valor que ela merece.

Publicado em: 26 de Maio de 2015
Fonte: Notícias & Destaques_Conselho Econômico SFIEMT_25-05-15

Mato-grossenses prospectam negócios em feiras europeias e conhecem as tendências para o mercado da madeira.

“O que falta à madeira tropical brasileira é darmos o devido valor que ela merece”. A afirmação é do presidente do Sindicato das Indústrias Madeireiras do Norte do Estado de Mato Grosso (Sindusmad), Gleisson Tagliari, durante a ‘Missão Técnica Internacional Alemanha Espanha 2015’, organizada pela Federação das Indústrias no Estado de Mato Grosso (Fiemt) e Sebrae em Mato Grosso. No roteiro, a comitiva composta por 14 empresários do Estado, majoritariamente da base florestal, visitaram as feiras Ligna e Construmat.

Após a visita, Tagliari avaliou que se deve agregar valor aos produtos do segmento em Mato Grosso e, principalmente “atender o mercado disponibilizando aos nossos consumidores um produto de qualidade e que, realmente, tenha as especificações técnicas mínimas exigidas pelo mercado externo”, complementou. Para ele, a visita à feira alemã Ligna mostrou que há um longo caminho a ser percorrido pelo setor de base florestal, tanto no aspecto tecnológico, quanto no de processos.

“Mas, o mais importante disso é sabermos que, ao contrário do que muitos imaginam, cada dia mais o crescimento da utilização da madeira está presente na vida, principalmente, aqui dos europeus”, analisou. Durante a missão, o grupo de empresários conferiu as tendências de mercado, inovações e prospectaram negócios.

“É muito importante para nós participarmos de missões como essas, com o apoio da Fiemt e do Sebrae, para traçarmos estratégias e planejar o futuro. É uma feira enorme, são muitos equipamentos e material que contribuem a ter uma visão melhor de como está o segmento de madeira plantada e, também, nortear o da madeira nativa”, ressaltou o empresário Claudinei Freitas, durante a visita à Ligna.

Com mais de 1.200 expositores distribuídos em uma área de 120 mil m², a feira alemã surpreendeu os mato-grossenses. “Achávamos que seria um evento grandioso, mas ultrapassou toda e qualquer expectativa. Impressionante a variedade. As máquinas, o número de segmentos atendidos – não é só para a madeira, tem para laminadores, aproveitamentos de resíduos, foi realmente espetacular”, disse o empresário Fernando Pagliari.

Segundo o industrial e diretor do Sistema Fiemt, Fernando Zafonato, no evento foi possível constatar a cultura da madeira empreendedora existente na Europa, a valorização do empresário de base florestal e o quanto o segmento é fracionado em diversas áreas, e todas gerando dividendos. Zafonato destacou, ainda, a automatização dos equipamentos: “foi muito bom vir aqui ter a visão do mercado mundial da madeira, das novas tecnologias que estão sendo lançadas no mercado”.

A tendência de automatização também foi apontada pelo empresário e vice-presidente do Sistema Fiemt, José Eduardo Pinto: “É algo que lá, em nossas empresas, poderemos levar e aplicar, porque estamos muito distantes do que vimos aqui. O mercado mundial de madeira é muito grande. Tivemos em nosso país alguns problemas que nos afastaram um pouco desse mercado mundial, mas temos que olhar para esse mundo para conseguir trabalhar e inserir a nossa madeira nesse cenário”.

Na feira espanhola Construmat, a comitiva mato-grossense conferiu as novidades para os produtos como pastilhas de madeira, revestimento, porta, componentes de ligação de madeira com metais e acabamentos, dentre diversas inovações. “Outra coisa interessante que me chamou a atenção na feira é o uso de paredes verdes ou até tetos verdes. É uma feira que inspira muito a sustentabilidade”, analisou o industrial e diretor do Sistema Fiemt, Jaldes Langer.

A prospecção de negócios foi algo constante durante as visitas: “Foi bastante positiva porque fizemos contatos com importadores de madeira. Também serviu para ver as tendências de mercado, pudemos observar que a madeira reconstituída é o que está em evidência atualmente na Europa, e temos que pensar nesse caminho para o futuro”, disse o empresário José Eduardo Pinto. O mesmo afirma o industrial Marcelo Queiroz: “A feira foi muito produtiva para mim, que sou vendedor de madeira nativa, porque fiz muitos contatos”.

MANEJO FLORESTAL SUSTENTÁVEL – Durante a Feira Ligna, o presidente do Sindusmad, Gleisson Tagliari, apresentou a viabilidade do manejo florestal sustentável. “Tivemos a oportunidade, no comitê da indústria madeireira, de fazermos uma apresentação onde tentamos mostrar à comunidade europeia a viabilidade do manejo florestal sustentável. Mostrar que a sustentabilidade nos nossos manejos, no Brasil, está em uma fase avançada e tentamos levar a conscientização da viabilidade desse processo produtivo, para que ele seja majorado em seu valor, não só ambiental, mas também econômico”, disse.

O vice-presidente do Sistema Fiemt, José Eduardo Pinto, ressaltou a relevância de ter esse espaço em uma das maiores feiras do mundo, voltada ao segmento, para apresentar os produtos mato-grossenses. “Acho que a oportunidade de estar aqui neste evento, poder fazer uma palestra para apresentar a madeira brasileira e a madeira de Mato Grosso para o mundo foi uma oportunidade ímpar, e que nos dá um status muito bom, porque poucos países tiveram essa oportunidade”, concluiu. Também participaram da Missão quatro profissionais do Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai-MT) e um do Sebrae em Mato Grosso. A comitiva retorna ao Estado dia 23 de maio. 

Confira as fotos das visitas às feiras Ligna e Construmat aqui.