NOTA DE REPÚDIO: Sindusmad reforça apoio às operações investigatórias, mas questiona “modus operandis”

Publicado em: 27 de Março de 2019

A diretoria do Sindicato das Indústrias Madeireiras do Norte do Estado de Mato Grosso (Sindusmad), voltou a questionar o formato das operações de investigação relacionadas ao setor de base florestal. Em especial, a entidade vem a público emitir Nota de Repúdio referente à Operação Terra Vista, deflagrada no último dia 13 de março para desbaratar um suposto esquema de fraudes ambientais que ultrapassaria R$ 150 milhões.

 

Apesar de sempre frisar seu total apoio ao combate à ilegalidade, bem como, a todas as instituições policiais no que tange ao cerceamento da corrupção em todos os setores da madeira, o presidente do Sindusmad, Sigfrid Kirsch, é enfático ao destacar que “as operações ocorrem de forma truculenta, levando à mídia o nome de empresários e, na maioria das vezes, difamando empresas, mesmo antes que haja provas das acusações”.

Ele ressalta ainda “somos favoráveis as operações e entendemos que aqueles que trabalham de forma ilícita devem pagar por seus erros. No entanto, somos contrários à forma de fiscalização que denigre o nome de pessoas inocentes”.

 

Em nome da diretoria do Sindusmad, o presidente observa também que “além de não se certificar a veracidade das denúncias, também não houve critério razoável para separar aqueles que eventualmente praticaram alguma irregularidade, dos que foram induzidos em erro por terceiros. Não houve o cuidado com as consequências da insensatez”.

 

A OPERAÇÃO

A Operação Terra à Vista nasceu de inquérito policial conduzido pela Delegacia Especializada do Meio Ambiente (Dema), com o objetivo de investigar grupo acusado de atuar na Secretaria Estadual de Meio Ambiente (Sema), fraudando o Sistema de Comercialização e Transporte de Produtos Florestais (Sisflora).

 

O trabalho de apuração começou em 2014 com o auxílio de uma auditoria realizada pela própria Sema, que descobriu um esquema de fraude no sistema na criação de créditos florestais, beneficiando diversas empresas do ramo madeireiro e terceiros. O grupo colocava dados falsos no sistema.

Muitos créditos circularam para outras empresas gerando guias florestais que podem ter sido usadas para acobertar operações ilegais, promovendo, em tese, tanto a circulação de produto florestal de origem ilícita, quanto à lavagem dos valores correspondentes a essas mercadorias ilegais (madeiras extraídas ilegalmente, lavagem de dinheiro).